Fisiolice - Consultório de Fisioterapia

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quando se preocupar com a sua memória?



A idade traz experiência mas também leva consigo algumas características da juventude. A partir dos 20 e poucos anos, a facilidade de memorização de informações novas, de visualização espacial e a rapidez de raciocínio decaem, as respostas ficam cada vez mais lentas e, segundo o neurocientista brasileiro Iván Izquierdo, a partir dos 40 anos começa a decair também a persistência da memória -ou seja, a capacidade de lembrar daqui a dois dias do nome do filme que você assistiu hoje na televisão.
A única capacidade que parece declinar constantemente a partir da idade adulta, no entanto, é a rapidez de resposta.
Memória, raciocínio e visualização espacial declinam depois da adolescência, mas lá pelos 35 anos estacionam e ali permanecem até pelo menos os 60 anos.
O mais importante, contudo, é que ficar cada vez mais lento dos 20 e poucos até os 60 anos não significa ficar lento demais para funcionar; da mesma forma, já não ter a memória tão boa quanto ela foi no passado é muito diferente de não ter memória nenhuma.
Além do mais, tudo o que diz respeito à habilidade de lidar com informações adquiridas, inclusive expressando-as em palavras, melhora com a idade.
A “experiência”, eufemismo comum (e correto!) para o envelhecimento, tem vantagens.
A redução da capacidade de memorização e o aumento do esquecimento podem ser, portanto, considerados normais.
Mas até que ponto? Quando chega a hora de se preocupar com o declínio da memória?
Uma boa regra geral é: quando ele passa a perturbar a sua vida. Não lembrar o nome do filme de dois dias atrás é inócuo; esquecer sistematicamente compromissos, o número do seu telefone ou o seu endereço não é. Perdas súbitas de memória também valem uma visita ao neurologista.
Passar os dias achando que sua memória está desaparecendo também conta como “perturbar sua vida”, e vale a ida ao neurologista para tirar a dúvida -porque a própria preocupação com a memória pode perturbá-la: hoje se sabe que o estresse crônico é um grande inimigo do cérebro e da capacidade de memorização. Além do mais, várias vezes o “problema de memória” é, na verdade, falta de atenção…
Soa ruim saber que sua memória não será a mesma por muito tempo? Veja por outro lado: quem sabe que começa a envelhecer cerebralmente tão logo sai da adolescência pode começar imediatamente a se cuidar. Nada de esperar pela terceira idade para começar a fazer exercícios físicos e aprender coisas novas. A saúde da sua memória começa já!
O que afeta a memória
DEPRESSÃO
Além de o estado de apatia levar a um pior desempenho nas tarefas cognitivas, as alterações na atenção causadas pelo quadro depressivo fazem com que a pessoa não memorize bem informações recentes. As alterações nos neurotransmissores associadas à depressão teoricamente também podem interferir nos processos de memorização
ESTRESSE
Quando o estresse emocional se prolonga por muito tempo, causa o bloqueio da produção de novos neurônios e facilita a degeneração dos existentes, afetando a memória. Já o estresse transitório tem repercussão limitada, mas reduz a capacidade de concentração nas tarefas que estão sendo realizadas. Ele também provoca a liberação de maiores quantidades de cortisol, que afeta áreas do hipocampo associadas à memória secundária
MEDICAMENTOS
Alguns medicamentos, como os ansiolíticos, interferem na memória. Se as dificuldades relacionadas a essa capacidade forem muito marcantes, o médico deve ser consultado e o remédio, substituído. Medicamentos que causam uma diminuição temporária de atenção (por exemplo, anti-histamínicos) podem dificultar a memorização, mas o efeito é passageiro
SONO
Os estímulos recebidos pelo cérebro ao longo do dia se fixam durante o sono, que forma novas associações de neurônios. Dormir menos do que o necessário ou ter pequenos despertares prejudica a memorização. Distúrbios do sono também levam a deficits de atenção nos períodos de vigília; sem atenção,novas informações não são absorvidas
DIETA
O cozimento de carnes leva à formação de aminas heterocíclicas, as quais criam ligações irreversíveis com o DNA. O resultado é a degeneração acelerada das células nervosas, que se manifesta mais em idades mais avançadas, devido aos efeitos cumulativos. Quanto mais alta a temperatura do fogo, maior o efeito deletério, por isso grelhados e frituras não devem ser consumidos com frequência
O que ajuda a memória
MEMORIZAÇÃO
É possível treinar a memória para melhorar o desempenho. Os exercícios vão desde criar associações para se lembrar de uma informação (por exemplo, ligar uma imagem ao nome de alguém) até ler um livro sublinhando as informações mais importantes e revisá-las mentalmente horas depois
MANTER-SE ATIVO
O trabalho intelectual estimula a produção de novos neurônios. No entanto, a repetição diária de cálculos complexos não é tão efetiva. É preciso que a pessoa sustente um aprendizado ou a aquisição de novas habilidades (tal como o estudo de uma nova língua), ou o envolvimento com atividades criativas
EXERCÍCIO FÍSICO
A atividade física contribui para o bom funcionamento do sistema circulatório, favorecendo o fluxo de sangue e a oxigenação do cérebro. Estudos apontam que o exercício também promove novas associações neuronais, ajudando na preservação das funções cognitivas. Indiretamente, é benéfico por ajudar a controlar doenças (como as cardiovasculares) que são fatores de risco para distúrbios neurocerebrais
SAÚDE VASCULAR
Já foi dito que o que faz bem ao coração beneficia também a mente. É verdade. Estudos recentes mostram que o colesterol elevado na meia-idade aumenta o risco de Alzheimer na velhice. O desempenho das funções cerebrais está diretamente associado ao fluxo sanguíneo nessa região. Controlar o colesterol, que “entope” os vasos com gordura, e a pressão arterial ajuda a preservar as funções da memória e as cognitivas em geral
DIETA
A dieta rica em ômega-3, encontrado principalmente em peixes de águas geladas, fornece matéria-prima para a produção de novos neurônios. Além disso, o cozimento do pescado forma quantidades muito mais baixas de aminas heterocíclicas (substâncias que degeneram as células nervosas) do que o de outras carnes
SAÚDE VASCULAR
Já foi dito que o que faz bem ao coração beneficia também a mente. É verdade. Estudos recentes mostram que o colesterol elevado na meia-idade aumenta o risco de Alzheimer na velhice. O desempenho das funções cerebrais está diretamente associado ao fluxo sanguíneo nessa região. Controlar o colesterol, que “entope” os vasos com gordura, e a pressão arterial ajuda a preservar as funções da memória e as cognitivas em geral
LAZER CRIATIVO
Atividades de lazer que envolvem habilidades motoras (como artesanato) ou aspectos intelectuais (como ler livros ou ir ao cinema) levam à criação de novas ligações entre os neurônios. Isso cria novos “atalhos” no cérebro para as informações serem armazenadas e lembradas posteriormente. A aquisição de novos conhecimentos e habilidades aumenta a reserva cognitiva do cérebro.



Fonte: Fisioterapia Atual

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